O equilíbrio mora na natureza. As plantas e os animais se harmonizam numa transferência de energia que faz a alegria do seu Criador.
O homem, criatura ambiciosa, buscando sem limites o poder, desafia o seu próprio Criador e entra em conflito com a criação.
Ronca a motosserra nas mãos do perverso homem. Um veio de dor decepa o cerne da frágil árvore ceifando-lhe uma vida centenária.
Com os braços abertos ela implora pelo planeta, mas o homem impiedoso a faz tombar para o fim.
Decepam-lhe os braços, as pernas, o corpo, deixando-a sem respiração, sem chance, sem vida.
Atrás de si vai ficando um cenário triste, um cemitério de vidas verdes. Deitadas sobre o solo úmido que um dia estará seco e árido pela falta da cobertura vegetal.
Tratores e caminhões, os grandes monstros que arrastam e engolem cada pedaço de vida e em cada corte jorram seivas de lágrimas.
Pequenos animais correm alvoroçados ao se sentirem ameaçados pela clareira da mata e se embrenham numa fuga desesperada, deixando para trás os ninhos, os filhotes e o seu mundo.
Vão-se as árvores, fica o desequilíbrio. A chuva fica escassa, o solo desertifica.
O homem vibra, a natureza chora. Chora toda a criação de Deus que geme em dores de parto, pelos descaminhos do mundo.
A árvore chora, o planeta implora, por mais fraternidade entre os homens, que são criaturas do mesmo Criador.
A árvore tomba, e o homem zomba e busca desenfreadamente uma porção a mais de poder, faz derreter as geleiras dos pólos, destrói as camadas de ozônio, envenena as águas e adoece a terra.
O planeta geme as dores do parto. Um parto de alto risco. E o Pai Criador, ao lado do leito da UTI, grita pela Fraternidade e a Vida no PlanetaPaulo Freitas -
Julho 2011
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