Na cidade de Penápolis, perto de Promissão
Mora um grande amigo, que prezo como irmão
Este cara tem um lugar dentro do meu.coração
Outro amigo que lá mora, tem apelido de zueira
É o Zé Carlo da Lúcia, um pescadô de primeira
Pesca até tatu, subindo na corredeira
Pesca até tatu, subindo na corredeira
O Aníbal tem um rancho, na beirada da represa
Um quiosque ajeitado, tanto verde, que beleza
Fui com a família pra lá, pra lhe fazê uma surpresa
Na beira da água do rio, eu tava meio avexado
E parou perto de mim, este caboclo animado
Me convidou pra pescá, num barco ali aportado
Tem pacu e caragel, tucunaré e tem lobó
A pesca pode variá, e assim será miór
Nóis ceva com grão de milho, e os peixe vem a o redó.
Hoje nóis pesca lobó, é de noite que elas vem
Não adianta pescá outro peixe, que nem isca nóis num tem
Tem só lambari congelado, acho que quase uns cem
Era dia de sexta-feira, aquele dia santo
Os peixe tava de greve e já dormia num canto
Nós batia nas lagoa, que tinha de mato um tanto
O Zé Carlo muito esperto, achou a ponta da canoa
Aboitou lá num cantinho, sentou dentro da lagoa
E ficou esperando o peixe, achando que o bicho voa.
O lambari do anzol, já tava apodrecido
Quando o anzol caia na água e a isca tinha sumido
A vara batia na água, que baruio mais sem sentido
De repente um barauião, senti vibrar o meu pé
Um lobó que tava passano, viu a iscá e foi de ré
Pulou no alto da vara e pegou anzol do Zé.
O rapaz ficou de louco, nunca tinha visto assim
A lobo tinha dois quilo, quando tava no capim
Depois que saiu da água diminuiu um poquim
Foi a festa e a tristeza, nenhum peixe mais pegô
Vortando todos pra casa, o seu Aníbal falô
Foi sorte deste caboclo, que tem fama de pescadô
Hoje num é dia de pesca, agora que me alembrei
Sexta feira da paixão, não se pesca isso eu sei
Pois hoje é o dia santo que sofreu o nosso Rei
Paulo Freitas/ 02/04/05
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