SAUDAÇÕES A TODOS

DENTRO DO MEU RANCHINHO DE SAPÉ, SÓ HÁ DE ENTRAR OS GRANDES AMIGOS E SEMPRE HAVERÁ DE TER UM BOM CAFEZINHO E UM NACO DE BISCOITO DE POLVILHO. UMA CADEIRA COM ASSENTO DE TABÔA TRANÇADA, UMA MESA COM LASCAS DE JATOBÁ, UM BULE DE CAFÉ COM UM PAR DE XÍCARAS ESMALTADAS E UM BOM CASO PRÁ PROSEAR.





VEM PRA CÁ. SENTA COMIGO E VAMOS VIAJAR NO TEMPO...







segunda-feira, 25 de abril de 2011

NO MONJOLO DA FARINHA ( Cordel sertanejo)


Na cidade de Caconde, lá pras bandas da Barra
Onde a luz é do vagalume e a música é da cigarra
Nasceu seu Heitor de Arruda, Homem de muita garra
Filho do grande Zé Bento, homem de grande talento
Que toda chance agarra.

Heitor ainda bebê, oito meses de idade
Já falava em conhecer, os arredor da cidade
Saiu com a mãe prá fazer, farinha de qualidade
Para brincar no monjolo, o bebe saiu do colo
Era só felicidade.

Sua mãe toda entretida, mexia no tacho a farinha
Não viu que o menino, gatinhava pela linha
Ao desviar da raiz, que estava no caminho
Escorregou pelas beiras, foi cair na ribanceira
No buraco do escaninho

Sua mãe ao ver aquilo, saiu correndo gritando
Daquele buraco fundo, o menino foi tirando
Não posso esquecer o tacho, a farinha tá queimando
Pôs o menino molhado, perto do fogo enrolado
Enquanto o biju foi formando

Mas o menino ao cair, a mãe nem percebeu
Que num toco lá no fundo, sua cabeça bateu,
Ficando desacordado, respirando não morreu
Depois do tacho mexido, pegou o menino caído
Viu que sua boca torceu.

Tirou o menino molhado, fora daquele vapor
Mas já tinha ocorrido, com ele um grande estupor
Uma parte do seu corpo, não sentia nada nem dor
Não havia hospital, ninguém  conhecia este mal.
Nenhum enfermeiro ou doutor.


Um farmacêutico da vila, conhecedor de raiz
Sugeriu um tratamento, que aprendeu em Pariz
Com óleo de alho São Paulo, nisso ele foi feliz
Ele passou o óleo quente, naquele corpo dormente
Da ponta do pé ao nariz.

Aos três anos de idade, o menino reviveu
A perna que não andava, naquele dia mexeu
E tudo foi alegria, da tristeza se esqueceu
E o menino saltitava, enquanto o seu pai gritava
Ele andou, graças a Deus.

O menino cresceu saudável, mas a seqüela ficou
O seu olho da esquerda, com um problema ficou
Uma veia estourou  com o tombo que ele levou
Sempre que ouve uma história, seu olho sozinho chora
Dizendo que emocionou

Sua boca coitadinho, com o estupor entortou
Não foi assim tão horrível, mas a seqüela ficou
Este problema da face, muito lhe incomodou
Mas não deixou de viver, tratou logo de esquecer
E sua vida mudou.

Um menino sacudido, um grande trabalhador
Já moço, um belo rapaz, conheceu o seu amor
Teve a família aumentada, um presente do Senhor
Nasceu do seu casamento, uma menina de talento
Com um futuro de valor

Foi assim que aconteceu, esta história que contei
Ficaram faltando detalhes, outras coisas que não sei
Hoje tem setenta e cinco, com ele comemorei
Com sua esposa querida, teve sucesso na vida
E tudo dentro da lei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário